(Foto Josi Olivera)
Fui embora sem olhar para trás.
Nem um pingo de culpa, ou dor. Apenas a sensação de dever cumprido.
Mais uma que morria para outras poderem nascer.
Assim, por tanto tempo, eu pude me refazer.
Cada personagem que era assassinada, com requintes de crueldade ou de maneira patética, abria uma vaga que mais dez disputavam.
O fervilhar de candidatas, por mais que eu quisesse evitar, fazia-me tentar prever quem seria a próxima vítima.
Quase sempre eu errava.
Mesmo porque, essas personalidades múltiplas se reproduzem feito ratos no meu porão. E algumas até são parecidas entre si.