quarta-feira, 22 de abril de 2009

A descoberta do fogo

(Foto Duarte S.)

Juntas, Má e Lu criaram um oco. Um poço sem fundo de questões, de dúvidas, medos e muitos erros em experimentos insanos.

Porque Má levava Lu para o fundo do poço toda vez que bebia demais, que se drogava ou que transava apenas por transar. Lu sentia-se culpada, enquanto Má deitava e rolava. Por conta disso, elas viviam brigando. Por outro lado, a insegurança, as dúvidas tantas, o sentimentalismo absurdo e escancarado de Lu deixavam Má prostrada por dias. Queria reagir, mas ficava presa e limitada à outra.

Entretanto, o big bang deu-se lá pela maturidade plena, com início na quarta década de vida.

Um dia, Má virou-se para Lu e disse:

- Ô melacuecas bobona: já sabe o que vai fazer da vida daqui para frente?

Lu pensou um pouco e respondeu:

- Sim, quero aprender contigo tudo o que não sei de mim.

Má parou um instante e perdeu aquele brilho sarcástico nos olhos. Podia-se até supor que tinha um toque doce no modo como ela apertou os cantinhos da boca. Não era represália, não era enfrentamento... Má sabia que o oposto era verdadeiro e que teria de aprender com Lu a ser mais maleável, a enfrentar os embates diários com mais serenidade, com mais embasamento...

Ambas tinham tanto para aprender uma com a outra...

Conversaram e descobriram o poder indiscutível da comunicação.

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