(Foto Duarte S.)
Juntas, Má e Lu criaram um oco. Um poço sem fundo de questões, de dúvidas, medos e muitos erros em experimentos insanos.
Porque Má levava Lu para o fundo do poço toda vez que bebia demais, que se drogava ou que transava apenas por transar. Lu sentia-se culpada, enquanto Má deitava e rolava. Por conta disso, elas viviam brigando. Por outro lado, a insegurança, as dúvidas tantas, o sentimentalismo absurdo e escancarado de Lu deixavam Má prostrada por dias. Queria reagir, mas ficava presa e limitada à outra.
Entretanto, o big bang deu-se lá pela maturidade plena, com início na quarta década de vida.
Um dia, Má virou-se para Lu e disse:
- Ô melacuecas bobona: já sabe o que vai fazer da vida daqui para frente?
Lu pensou um pouco e respondeu:
- Sim, quero aprender contigo tudo o que não sei de mim.
Má parou um instante e perdeu aquele brilho sarcástico nos olhos. Podia-se até supor que tinha um toque doce no modo como ela apertou os cantinhos da boca. Não era represália, não era enfrentamento... Má sabia que o oposto era verdadeiro e que teria de aprender com Lu a ser mais maleável, a enfrentar os embates diários com mais serenidade, com mais embasamento...
Ambas tinham tanto para aprender uma com a outra...
Conversaram e descobriram o poder indiscutível da comunicação.
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